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domingo, 14 de novembro de 2010

Nova Zelândia tira o foco da Europa e mira projetos na América Latina

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Governo neozelandês quer parceria com Brasil na área de tecnologia na agricultura para atender futura demanda por alimentos

No segundo dia de reuniões com dirigentes da Fiesp e empresários brasileiros, o ministro de Comércio da Nova Zelândia, Tim Grosser, disse nesta quarta-feira (27) que a América Latina, principalmente o Brasil, entrou para os planos de ampliação econômica de seu país.

Grosser enfatizou que seus planos para o Brasil estão focados em tecnologia na agricultura, com mira no aumento da demanda mundial por alimentos.

“Nos próximos anos, cerca de 90 milhões de pessoas emergirão para a classe média e, consequentemente, aumentará a demanda por alimentos. O Brasil é um dos poucos países do mundo capazes de suprir esta necessidade. O mundo precisará aumentar sua produção de alimentos em 70% até 2020”, destacou o ministro, no encontro empresarial Brasil-Nova Zelândia.

“Nossa prioridade hoje deixou de ser os países da Europa e miramos nas boas perspectivas que a América Latina oferece, em especial o Brasil”, acrescentou.

Grosser disse ainda que país nenhum do mundo pode ignorar o fato de o Brasil ter conseguido tirar 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza. E ressaltou, com entusiasmo, a presença da Petrobras na exploração de hidrocarbonetos, em águas profundas ao norte da Nova Zelândia: “Foi uma surpresa para mim, quando soube que meu país tem uma grande reserva de hidrocarbonetos”.

Comércio

A corrente de comércio Brasil-Nova Zelândia registrou um crescimento médio de 18,9% ao ano de 2004 até 2008. As exportações brasileiras para o parceiro apresentaram queda de 50,9% de 2008 para 2009, o que refletiu no saldo comercial, fechando negativo em US$ 12,4 milhões o primeiro desde 2004.

Segundo dados de 2009 do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil, os principais produtos exportados pelo Brasil para a Nova Zelândia são: café, produtos hortícolas e instrumentos mecânicos, que representam 10,9%, 10,4%, e 9,1% do total, respectivamente. Caldeiras e máquinas e materiais elétricos concentram 47,6% dos produtos importados do parceiro pelo Brasil em 2009.

Para o diretor de Negociações Internacionais da Fiesp, Mário Marconini, o comércio entre os dois países ainda é muito baixo. No ano passado, o saldo não chegou a US$ 100 milhões, com vantagem para os neozelandeses, que registraram um superávit de US$ 12,4 milhões em cima do Brasil.

Marconini defendeu um acordo de livre comércio entre o Mercosul, Nova Zelândia e Austrália, como forma de explorar, segundo ele, o promissor mercado da Oceania.

“Os acordos brasileiros vêm se mostrando mais políticos do que econômicos. Defendo um acordo com Nova Zelândia e Austrália por serem países orientados por regras”, finalizou Marconini.

Fábio Rocha, Agência Indusnet Fiesp

Fonte: www.fiesp.com.br

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