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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Fototica é só ótica

A empresa ganha novo visual, risca o "p" de seu nome e abandona um de seus serviços mais tradicionais: a revelação de fotos.

O dia 1 de julho foi especial para os funcionários da Fototica e da Fábrica de Óculos, as duas redes adquiridas pelo grupo holandês hall investments, em 2007. Mais de 200 pessoas, entre gerentes e coordenadores de lojas, se reuniram na cidade paulista de Águas de São Pedro para se despedir das antigas marcas e dar boas-vindas a uma rede unificada e pronta para cres­cer.

A partir de agosto, as fachadas das 105 lojas das duas empresas tra­rão o nome Fototica, sem o p que sempre foi característico da marca. O plano de gestão estratégica integrada foi apresentado a profissionais recém-chegados e aos antigos de casa, que não esconderam a comoção em dizer adeus às empresas mais tradicionais do segmento no País. "foi uma espé­cie de ano novo para todos que esta­vam ali, principalmente para os profissionais com mais de 20 anos de empre­sa", conta Marcello Macedo, CeO da nova companhia.

Retrato do passado:
os serviços de revelação de fotos se mostraram pouco lucrativos
O critério para a escolha da identidade corporativa foi a força da marca no mercado nacional. Nesse quesito, a fototica, presente no mercado paulista desde 1920, ganhou disparada, mas vai passar por um pro­cesso de rejuvenescimento. Amudan­ça vai além da perda da letra "p" em seu nome. Os serviços de revelação de fotografia, oferecidos há décadas, serão abandonados gradualmente até o final deste ano.

O foco agora é a venda de óculos para consumidores da classe média. "assumimos duas empresas sem foco, nas quais clientes podiam adquirir celular, revelar fotos e comprar lentes. agora seguiremos com o que nos dá mais lucro a longo prazo", afirma Macedo. Segundo ele, toda essa diversidade de serviços denotava a ausência de estratégia clara para as empresas. "No setor de revelações, as redes competiam até com hipermercados e sites. Não havia como levar isso adiante por muito tempo", diz o executivo.

O estudo de reestruturação, feito com a ajuda das empresas Synovate, TNS e Brander, mostrou o caminho que a companhia deveria seguir. O processo de mudanças consumiu investimentos de R$ 30 milhões em ações de marketing e na realização de pesquisas de mercado para desvendar o que os brasileiros esperam de uma empresa de ótica. Também foi defini­do um novo layout de lojas, que deve ser implantado a partir de agosto. Por enquanto, há uma loja piloto no Shopping Villa-lobos, em São Paulo.

O novo conceito engloba um espaço especial para crianças, consumidores de lentes de contato e uma ambienta­ção mais minimalista, sem tantos pro­dutos e cartazes de informação. Em cada uma das lojas consultores espe­cializados ajudarão os clientes a esco­lher óculos de acordo com o tipo físi­co, idade e estilo. essa estratégia, que já existia em alguns endereços, foi reforçada com o treinamento de 70% dos mil funcionários da compa­nhia.

Outras inovações são a central de atendimento ao consumidor via telefone e a implantação de um CRM para fidelizar os clientes. as ações do programa de relacionamento serão feitas por meio do novo cartão Fototica Mania. "Não adianta ter marcas fortes sem saber usá-las. Estamos profissionalizando a maneira de gerir os negócios e queremos lucrar mais com isso", afirma Macedo.

A expectativa é de que os esforços rendam bons frutos ainda neste ano. companhia projeta um aumento de 20% de sua receita em relação a 2008, quando o faturamento fechou em R$ 160 milhões. O mesmo plano de expansão é seguido pela Pearle, hol­ding que cuida das empresas de ótica do grupo holandês em outros países da América Latina.

No mundo, a empresa possui três mil lojas e cerca de 8,6 mil funcionários, muitos trazidos de redes adquiridas nos últimos três anos, como foi o caso da Fototica. Por aqui, a marca pretende ganhar espaço com a abertura de lojas próprias e franquias e com a compra de concorrentes fortes no mercado nacional. Aintenção é ter 500 lojas até 2012, espalhadas pelas principais capi­tais brasileiras. "até dezembro deve­mos comprar mais uma rede de óti­cas no País", anuncia Macedo.

R$ 30 milhões
Foi quanto a Fototica, comandada por Marcello Macedo, investiu para remodelar sua imagem

Fonte: IstoÉ

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