O que move alguém a consumir determinado produto? Como fazer para que uma marca seja lembrada? Quais ferramentas usar para impressionar um possível consumidor? Estas são algumas das questões que pulsam no mercado publicitário - e no mundo dos negócios, de uma maneira geral - há muito tempo. E várias teorias já se pretenderam respondê-las. O Neuromarketing é o mais novo aceno neste sentido.
Campo do marketing especializado no estudo do comportamento do consumidor, o Neuromarketing recorre à neurociência para desvendar os intricados caminhos dessa lógica. É o que explica o mestre em Estratégias Organizacionais com foco em Neurociência do Comportamento do Consumidor, Felipe Almeida, que voltou há pouco do Canadá onde desenvolveu sua pesquisa de campo e defendeu sua dissertação.
“O Neuromarketing é a área que utiliza conhecimentos neurológicos para verificação de respostas do comportamento humano”, afirma Felipe, que tem 24 anos de idade, é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Ceará, fez o mestrado na Unifor e na HEC Montreal.
Sua pesquisa experimental mapeou o que leva um espectador a lembrar de uma marca de determinado produto depois de assistir a um comercial de televisão.
Felipe valeu-se de seis equipamentos biomédicos para monitorar as reações dos voluntários ao assistir aos comerciais: verificou a atividade cerebral através de eletroencefalogramas, a taxa de respiração, mapeou o deslocamento ocular, o fluxo do volume sanguíneo e até o nível de suor da pele.
“Nossa intenção era identificar se a exposição da marca durante o pico emocional do comercial facilitaria que ela ficasse marcada na memória do público”, conta o especialista. “Exibimos os comerciais para três grupos diferentes. No Grupo 1, a marca do produto era exibida durante o período de 3, 4 segundos antes do comercial começar. No Grupo 2, a exposição da marca dava-se ao final, por igual período. No Grupo 3, que era o que a gente estava realmente pesquisando, a marca aparecia no rodapé da tela, justo no pico emocional do VT” .
Em questionários aplicados depois da exibição, o grupo que mais se recordou da marca do produto foi justamente o número 3. O desdobramento prático do resultado da pesquisa de Felipe Almeida é potencializar a eficácia de propagandas na permanência da memória do consumidor .
Neurociência
“O Neuromarketing é uma área muito nova”, pondera o pesquisador. “O que é fascinante é que ela passa pela neurociência pura, um tema muito interessante para se estudar. Inclusive dentro dos rigores acadêmicos, nós preferimos chamá-la de Neurociência do Comportamento do Consumidor. Nossa função é indagar os conhecimentos tradicionais que a gente tem do mercado. Certezas existem muitas, a gente questiona se elas são verdade de fato”.Em janeiro do próximo ano, Felipe Almeida retorna ao Canadá para dar prosseguimento às suas pesquisas e começar a fazer seu doutorado. Mais uma vez, o objeto de estudo será a neurociência aplicada ao comportamento do consumidor.
Fonte: Jornal de Hoje
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