O marketing infantil está "parado no tempo" e precisa trilhar o caminho da ética para sobreviver em tempos de mudanças de comportamento causadas por opções em favor do consumo consciente.
É o que sustenta a psicóloga Ana Maria Dias da Silva, coautora de "A Criança e o Marketing", livro que traz uma crítica às propagandas direcionadas ao público infantil.
"A gente não tem nada contra o marketing. Pelo contrário. A gente é a favor de um marketing ético. Se usado de forma ética, o marketing é bom", diz a psicóloga. "Hoje você tem um consumidor mais consciente e mais exigente e a tendência do marketing é auxiliá-lo."
Escrita em parceria com Luciene Vasconcelos, profissional especializada em marketing, a obra foca nas estratégias e nos efeitos das campanhas midiáticas direcionadas para crianças de 2 a 7 anos, orientando os adultos a protegê-las da superexposição à publicidade.
"Se a pessoa tem de deixar a TV ligada para distrair a criança enquanto faz outras coisas, então põe um vídeo. É melhor do que deixá-la exposta ao conteúdo da programação diária", exemplifica Silva (veja outras dicas no quadro abaixo). "É nessa fase que se desenvolve o caráter da criança."
As autoras são colaboradoras do Instituto Alana, organização voltada a projetos sociais presidida pela herdeira do Itaú Ana Lucia de Mattos Barretto Villela. Foi no Alana que surgiu em 2005 o projeto "Criança e Consumo", cujas ideias e experiência ajudaram na conceção do livro.
"A propaganda infantil tem que ser direcionada ao adulto, que tem poder de compra, e não à criança", acredita a psicóloga. "Hoje a propaganda tem que ser ética e pensar no desenvolvimento da sociedade como um todo."
Fonte: Jornal Floripa
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