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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Técnica ajudaria a datar Santo Sudário

http://info.abril.com.br/aberto/infonews/fotos/santo-sudario-20100326094754.jpg
Sudário e outros objetos históricos poderão ser datados sem destruição

Cientistas apresentam novo método de datação por carbono 14 que poderia ser usado para avaliar objetos históricos, como o Sudário de Turim.

A famosa análise que determina a idade de artefatos antigos é muitas vezes rejeitada por museus e historiadores porque exige que um pedaço da peça seja removido.

O novo método, apresentado na terça feira durante o 239º Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química (ACS) em São Francisco, dispensa essa e outras etapas que destroem parte da amostra. Ele foi criado por uma equipe liderada pelo Dr.Marvin Rowe, professor emérito da Universidade Texas A&M.

A datação de carbono convencional estima a idade de artefatos baseado na taxa de decaimento do isótopo radioativo carbono-14 – uma variante do carbono que existe em todos os seres vivos.

Isso significa que todo material de origem animal ou vegetal (como tecidos, ossos, couro) pode ser datado por meio desse método. O primeiro passo é remover uma amostra dos objetos que será tratada com um ácido forte e uma base forte e, em seguida, queimada em uma pequena câmara de vidro. Esse processo irá produzir o gás dióxido de carbono cujo carbono 14 será analisado. Cientistas então comparam a quantidade do isótopo encontrada na amostra com a quantidade de C-14 que estaria presente na atmosfera de um período específico da historia.

Na nova técnica do dr. Rowe, chamado de “datação de carbono não destrutiva”, o artefato é colocado em uma câmara especial com um plasma (um gás eletricamente carregado). De forma lenta e suave, este gás oxida a superfície do objeto e produz carbono 14 para análise sem danificá-lo. Isso significa que o objeto não é mutilado.

Os pesquisadores usaram o método para analisar cerca de 20 substâncias orgânicas que já haviam passado pela análise antiga, entre elas madeira, couro, pelo de coelho, um osso com carne mumificada e um tecido egípcio de 1.350 anos. Todos os resultados bateram com aqueles da datação convencional. Tanto o método antigo como o novo podem estimar objetos de até 50 mil anos.

Como a câmara de vidro pode ser feita para acomodar grandes objetos, os pesquisadores estão entusiasmados com o método, que pode ser adotado para analisar objetos dos quais não é possível retirar freqüentes amostras - como obras de arte ou até mesmo o Santo Sudário.

Também chamado de Sudário de Turim, esta é uma peça de linho bastante controversa, que alguns acreditam ter envolvido o corpo de Jesus Cristo após sua morte. Diversos estudos, inclusive uma datação com carbono 14, foram feitos na peça - mas os resultados sempre acabam contestados (seja por céticos, seja por crentes de sua autenticidade). O fato de ela poder ser analisada repetidas vezes sem danificar o tecido é crucial para descobrir sua real idade.

A equipe do Dr Rowe sabe, no entanto, que precisa de muito mais dados para convencer museus e historiadores a liberarem peças para uso neste método – e os cientistas agora trabalham no aperfeiçoamento da técnica.

Fonte: info.abril.com.br

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