Ao recusar os contêineres, Hong Kong evitou a tentativa de empresas norte-americanas de despejar 6.300 toneladas de TVs quebradas ou monitores de computadores -volume que contém cerca de 37 toneladas de chumbo.
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Mas há reações. Desde agosto, quando o GAO (que fiscaliza o desempenho do governo norte-americano) divulgou um relatório investigativo alarmante, no qual declarava que lixo eletrônico norte-americano exportado estava sendo descartado, de forma inapropriada, em países como a China e a Índia, a BAN tem recebido garantias de recicladoras de eletrônicos de que não irão exportar.
A BAN (www.ban.org) informa que 40 empresas aderiram ao programa para certificação de controlador eletrônico (E-Steward), no qual se comprometem a não exportar para países mais pobres.
Robert Houghton, presidente da empresa de reciclagem Redemtech, calcula que 80% do lixo eletrônico norte-americano coletado para reciclagem é exportado e que a maioria das recicladoras "engana seus clientes quando se trata de exportação".
O ISRI (Institute of Scrap Recycling Industries), entidade que congrega empresas do setor de reciclagem, discorda.
"Eu tenho de acreditar que a maioria das empresas está agindo de maneira correta", disse Robin Wiener, presidente da ISRI. Segundo ela, a exportação ilegal deve ser interrompida. Mas, em vez de um veto, a ISRI defende uma nova certificação, chamada R-2. Para recebê-la, as recicladoras podem exportar para países em desenvolvimento, mas elas devem garantir que essas exportações são recicladas de forma responsável.
O GAO criticou severamente a EPA por falhar em garantir a única regulamentação norte-americana relativa à exportação de lixo eletrônico. Essa lei diz que CRTs (sigla em inglês para tubos de raios catódicos) -tubos de imagem em TVs antigas e monitores de computador- não podem ser exportados a menos que a empresa recicladora norte-americana notifique a EPA e obtenha permissão do país importador.
Fingindo serem compradores de CRTs quebrados na Ásia, investigadores do GAO enviaram 343 e-mails a recicladoras norte-americanas em busca de CRTs antigos. Das 64 empresas que responderam, 43 concordaram em exportar os CRTs -uma evidente violação da lei.
Quando procuradas oficialmente pelo GAO, muitas das empresas negaram que exportassem CRTs. Nenhuma delas informou à EPA sobre a intenção de exportar.
Segundo a EPA, estão em andamento 20 investigações sobre as recicladoras, e uma delas foi multada em US$ 10 mil. A agência se recusou a dar maiores detalhes sobre o caso.
Tradução: Fabiano Fleury de Souza Campos
Por Julie Schmit
Fonte: USA Today
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