Header

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Trabalhadores desmantelam equipamentos eletrônicos em lixão em Guiyu (China), em foto colocada no site da BAN

Hong Kong interceptou e retornou 41 contêineres de navio aos portos norte-americanos em 2008 porque eles carregavam toneladas de lixo eletrônico ilegal que vinham dos Estados Unidos, segundo o Departamento de Proteção Ambiental de Hong Kong.
Ao recusar os contêineres, Hong Kong evitou a tentativa de empresas norte-americanas de despejar 6.300 toneladas de TVs quebradas ou monitores de computadores -volume que contém cerca de 37 toneladas de chumbo.
Porém milhares de outros carregamentos, provavelmente, passaram despercebidos, disse Jim Puckett, coordenador da BAN (Basel Action Network), uma ONG ambientalista que há mais de oito anos fiscaliza a crescente indústria de reciclagem de eletrônicos.
Mas há reações. Desde agosto, quando o GAO (que fiscaliza o desempenho do governo norte-americano) divulgou um relatório investigativo alarmante, no qual declarava que lixo eletrônico norte-americano exportado estava sendo descartado, de forma inapropriada, em países como a China e a Índia, a BAN tem recebido garantias de recicladoras de eletrônicos de que não irão exportar.
A BAN (www.ban.org) informa que 40 empresas aderiram ao programa para certificação de controlador eletrônico (E-Steward), no qual se comprometem a não exportar para países mais pobres.
Robert Houghton, presidente da empresa de reciclagem Redemtech, calcula que 80% do lixo eletrônico norte-americano coletado para reciclagem é exportado e que a maioria das recicladoras "engana seus clientes quando se trata de exportação".
O ISRI (Institute of Scrap Recycling Industries), entidade que congrega empresas do setor de reciclagem, discorda.
"Eu tenho de acreditar que a maioria das empresas está agindo de maneira correta", disse Robin Wiener, presidente da ISRI. Segundo ela, a exportação ilegal deve ser interrompida. Mas, em vez de um veto, a ISRI defende uma nova certificação, chamada R-2. Para recebê-la, as recicladoras podem exportar para países em desenvolvimento, mas elas devem garantir que essas exportações são recicladas de forma responsável.
O GAO criticou severamente a EPA por falhar em garantir a única regulamentação norte-americana relativa à exportação de lixo eletrônico. Essa lei diz que CRTs (sigla em inglês para tubos de raios catódicos) -tubos de imagem em TVs antigas e monitores de computador- não podem ser exportados a menos que a empresa recicladora norte-americana notifique a EPA e obtenha permissão do país importador.
Fingindo serem compradores de CRTs quebrados na Ásia, investigadores do GAO enviaram 343 e-mails a recicladoras norte-americanas em busca de CRTs antigos. Das 64 empresas que responderam, 43 concordaram em exportar os CRTs -uma evidente violação da lei.
Quando procuradas oficialmente pelo GAO, muitas das empresas negaram que exportassem CRTs. Nenhuma delas informou à EPA sobre a intenção de exportar.
Segundo a EPA, estão em andamento 20 investigações sobre as recicladoras, e uma delas foi multada em US$ 10 mil. A agência se recusou a dar maiores detalhes sobre o caso.

Tradução: Fabiano Fleury de Souza Campos
Por Julie Schmit
Fonte: USA Today

Nenhum comentário:

Postar um comentário