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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Revendas terão linha de crédito atrelada à manutenção de vagas

O governo deverá fechar na próxima semana o primeiro acordo para criação de uma linha de crédito com dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) atrelada à garantia de emprego. O acerto beneficiará o setor de revenda de carros usados, que disporá inicialmente de R$ 200 milhões para capital de giro das empresas.
Há previsão para que o socorro financeiro aos revendedores de carros seja ampliado, mas isso dependerá de uma avaliação para verificar se realmente não houve demissões no mercado. O setor afirma que a ajuda do FAT poderá chegar a R$ 1,25 bilhão, além de R$ 1,25 bilhão em recursos próprios do Banco do Brasil -instituição que operará a nova linha.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteve reunido ontem com representantes do Banco do Brasil e do setor de revenda de veículos para negociar os últimos detalhes da medida. Lupi articula para que o presidente Lula divulgue a novidade na semana que vem, quando deve ser anunciado o pacote habitacional. O setor emprega 600 mil funcionários.
O Ministério do Trabalho já encaminhou a proposta da nova linha ao Codefat (Conselho Deliberativo do FAT) -colegiado tripartite que administra o fundo-, e a medida deverá ser aprovada "ad referendum" pelos conselheiros.
Até ontem no início da noite, estava acertado que os juros para os empréstimos de capital de giro serão de 6,75% ao ano. O setor reivindicava entre 6% e 7% ao ano. "Essa será a taxa para o lojista. Mas também está sendo negociado com o Banco do Brasil empréstimo direto ao consumidor, com juro final de, no máximo, 1,55% ao mês", afirmou o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS), interlocutor dos lojistas que esteve presente na reunião.

Compromisso
Segundo o deputado, o setor assumirá o compromisso de não demitir funcionários. Até agora, os revendedores não dispensaram trabalhadores, de acordo com a Fenauto (Federação Nacional das Associação de Revendedores de Veículos Automotores).
"As empresas têm em média cinco funcionários. Não demitem. Se o negócio aperta, fecham a loja. É muito pior", declarou o presidente da entidade, Ilídio Gonçalves.
Segundo ele, em outubro as vendas das lojas apresentaram queda de 55%. Em dezembro e janeiro, houve uma recuperação de 10%. "Ainda estamos perdendo muito. O estoque das lojas apresentou perda de 30% por conta da redução do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] para carros novos", afirmou.
Na avaliação da Fenauto, a nova linha de crédito com recursos do FAT deverá salvar 10 mil empresas, das 42 mil que existem no país. "São aquelas que têm estoque pago de 20 a 30 carros. Isso não está rodando, o que faz com que o mercado todo de automóveis não rode", disse Gonçalves
O governo ainda negocia com o setor uma carência de um ano para pagamento dos empréstimos para capital de giro. O pleito dos lojistas era de dois anos.

Por Julianna Sofia

Fonte: SUCURSAL DE BRASÍLIA

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