Mitos do Marketing Infantil
Temos visto na nossa prática profissional e no acompanhamento de textos sobre marketing infantil - principalmente da imprensa - que há uma compreensão equivocada de muitos conceitos da área. Este capítulo procura falar dos erros mais comuns e trazer uma breve explicação para cada tópico. O público infantil é como eu, quando criança O público infantil é como meu filho ou outra criança próxima O produto infantil é semelhante ao dos adultos, mas adaptando-se o tamanho O produto das meninas pode ser baseado no dos meninos, com adaptação de cores e itens decorativos O marketing infantil é propaganda para crianças O marketing infantil é anti-ético, pois manipula as crianças aproveitando-se de sua inocência O marketing infantil está proibido
As crianças de hoje tiveram criação, influências e desenvolvimento muito diferentes de décadas atrás. Em função disso, têm necessidades específicas, diferentes da criança que o adulto de hoje foi. É de fundamental importância a compreensão da criança atual para o sucesso da empresa de produtos infantis.
Uma criança que conviva com você pode não refletir necessariamente o comportamento médio da maioria do seu público. Por isso, é muito arriscado basear-se no comportamento ou nas escolhas de algumas poucas crianças próximas. O ideal é beasear-se em pesquisas que reflitam de forma mais correta o comportamento de seu público específico.
Apesar de ser claramente uma prática inadequada aos olhos de muitas pessoas, várias empresas ainda praticam a miniaturização de produtos de adultos para desenvolver produtos infantis. Essa prática é incrivelmente comum no setor de moda. Como as necessidades, desejos e percepções dos adultos são muito diferentes daquelas das crianças, os produtos infantis precisam ser desenvolvidos de forma específica, a partir da criança.
As meninas também precisam ser consideradas com suas necessidades específicas. Pintar um produto de rosa ou lilás não o transforma automaticamente em algo que atenda às necessidades femininas. Por isso, o desenvolvimento dos produtos também precisa levar em conta a compreensão de suas necessidades e envolvê-las em etapas de testes e aprovação, antes do lançamento.
Marketing não é sinônimo de publicidade. Ele pode lançar mãe dessa ferramenta, entre tantas outras, para atingir seus objetivos, mas não pode ser confundido com ela. Há nas empresas muitos departamentos de marketing que não passam de setores de comunicação. Isso mostra a compreensão errada do termo. Da mesma forma, vemos muitas matérias jornalísticas onde os termos se confundem. Marketing é o estudo do mercado e a definição e execução de estratégias e ações que visam atingir os objetivos da empresa. Para isso, procura atender os clientes, levando benefícios valorizados por eles. O marketing pode se utilizar de muitas outras técnicas e ferramentas, como pesquisas de mercado, ações no ponto-de-venda, demonstradoras, assessoria de imprensa, eventos, vendas pessoais, etc. A própria estratégia de produto e de preço cabem ao marketing ajudar a definir. Portanto, este é muito mais amplo que a publicidade.
Infelizmente, práticas anti-éticas são vistas nos mais diferentes campos de ação. No entanto, isso não as justifica. O consumidor de hoje tem um poder incrível, tendo muito mais facilidade para denunciar e se manifestar diante de uma prática injusta oun incorreta de qualquer empresa. Em mercados competitivos, isso pode ser fatal à companhia. Nos últimos anos, vimos empresas bilionárias terem problemas sérios ou até falirem em função de uma crise de confiança. O mercado não terá espaço para empresas que não souberem conciliar a geração de lucro com compromissos sociais. O consumidor cada vez mais escolherá empresas que, além de oferecerem um produto de qualidade a um preço justo, são socialmente responsáveis, transparentes e éticas. Assim, o marketing infantil também não poderá se aproveitar da inocência ou inexperiência da criança para proveito próprio. Pelo contrário, a preocupação constante deverá ser a entrega de benefícios a longo prazo.
Embora haja uma série de normas, regulamentações e leis que tratam do marketing infantil e, mais especificamente, da comunicação com a criança, as práticam envolvidas na área não estão proibidas. Enquanto as empresas estiverem procurando entender o mercado, desenvolver produtos adequados, com preços bem aceitos, distribuídos da melhor forma, já estarão fazendo marketing. Está em trâmite no Brasil um projeto de lei que propõe a proibição da comunicação comercial diretamente com as crianças, mas ainda não foi aprovado.
Fonte: marketinginfantil.com.br
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