Header

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Nicho de apps para mobiles cresce e gera novos negócios

http://imgsapp.oimparcial.com.br/app/noticia_130321921166/2012/02/02/107953/20120202160602607055u.jpg

O mercado de aplicativos (apps) desenvolvidos para celulares e tablets - as chamadas plataformas móveis ou mobiles - já é uma realidade no país. Embora ainda sejam escassos os dados oficiais sobre este setor emergente, não é difícil entender o motivo da sua relevância. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), existem 227 milhões de celulares nos Brasil, dos quais cerca de 15% são smartphones: são ao menos 25 milhões de dispositivos móveis em circulação.

Apenas no primeiro semestre de 2011, a venda desse tipo de aparelho cresceu 165% na comparação com o mesmo período em 2010. E engana-se quem pensa que desenvolver aplicativos é um negócio restrito a nerds. Mais do que um programador de vanguarda, é preciso também de uma estrutura de empresa para que o negócio de desenvolvimento de apps prospere. A opinião é de José Renato Mannis, fundador da Mobint - empresa que desenvolve aplicativos voltados ao mercado corporativo.

"Não resta dúvida de que é fundamental ter conhecimento sobre tecnologia, mas o empreendedor que decide apostar nessa área também precisa entender de atendimento e compras, por exemplo, que são itens básicos para qualquer tipo de negócio", afirma.

A consultoria americana Flurry, que analisa o mercado mobile, avalia que até o final de 2011 cerca de 25 milhões de aplicativos foram baixados nas plataformas IOS (Apple) e Android (Google) em todo o mundo. Para 2012, a estimativa é que esse número dobrará. Mannis acredita que este ano será o do boom de apps made in Brasil.

"Todas as empresas vão querer ter aplicativos, pois as pessoas vão querer usá-los mais e mais", diz.

Um exemplo da rápida ascensão desse novo nicho no país foi a realização do evento The App Date, de origem espanhola, que pela primeira vez foi sediado fora da Europa. O lugar escolhido foi São Paulo.

Pedro Berti, organizador do encontro, explica que o download de apps no Brasil cresceu 400% em 2011, se comparado com 2010. Número que por si só explica a aposta dos espanhóis no mercado brasileiro.

Segundo Berti, a maioria dos downloads é de aplicativos de jogos - hoje, o app em que os usuários gastam mais tempo -, mas também há espaço para desenvolvedores que fornecem para empresas. A ideia é transformar o The App Date em um encontro mensal para empreendedores, investidores e designers trocarem experiências e ideias sobre esse mercado. Entre os desafios para quem deseja apostar no segmento está escolher a maneira de monetizar a prática. Berti acredita que, cada vez mais, os usuários não pagarão pelo download. Por isso, os anúncios são a saída adotada pela maior parte dos desenvolvedores que projetam apps para o usuário final.

'Outra alternativa é comercializar, com autorização, os dados dos usuários', explica o organizador.

Empresas que já apostam em apps

Em 2009, Guilherme Schvartsman trabalhava em um banco de investimentos e, nas horas vagas, desenvolvia aplicativos. Apesar da formação em engenharia de produção, ele aprendeu a ser programador com o que lia na internet. No ano seguinte, a vontade de ter o próprio negócio e a percepção de que havia mercado para appsmóveis fez com que ele fundasse a Best, Cool & Fun Games - empresa que desenvolve aplicativos de jogos para o usuário final. Em um ano, o jogo Ant Smasher rendeu 2,5 milhões de dólares em anúncios. Schvartsman não quis revelar o faturamento, mas garante que o empreendimento vai bem: o game foi baixado mais de 50 milhões de vezes na Android Market e está no top 10 da loja virtual. Para quem deseja empreender na área, Schvartsman dá a dica: "em vez de lançar um jogo grande, desenvolva cinco simples. O grande passo para uma pequena do setor é conseguir viralizar um game. Com mais jogos, é mais fácil acertar".

A receita para um viral não existe, mas, segundo o empreendedor, todos os games famosos têm em comum alguns fatores: não travam, rodam em todos os sistemas operacionais e aparelhos, inclusive os mais antigos, têm efeitos gráficos e som de boa qualidade. A Mobint decidiu investir em aplicativos há dois anos, ao notar que os próprios clientes começaram a pedir apps. Em 2011, o faturamento da empresa aumentou sete vezes se comparado com o ano anterior e chegou a R$ 1,5 milhão. Mannis conta que os apps foram responsáveis por 80% dessa receita. A especialidade da Mobint é desenvolver aplicativos para outras empresas. "Os nossos clientes querem fidelizar os seus consumidores. Mas ainda existem empresas que querem um apps apenas porque a concorrência tem", diz. Para Mannis, é fundamental que o empreendedor que deseja abrir um negócio de desenvolvimento tenha atuado previamente em uma empresa. Não importa o segmento. "O mais importante é ter tido a oportunidade de vivenciar, in loco, como uma organização funciona", pondera.

Fonte: Jornal do Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário