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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nespresso para bebês

Nestlé leva hábito de consumo que rende US$ 3,9 bilhões ao ano para novos nichos de mercado.

Sucesso entre os consumidores de alta renda, principalmente na Europa, as cápsulas de café Nespresso já são responsáveis por um faturamento de US$ 3,9 bilhões para a Nestlé. A empresa suíça quer levar esse novo – e caro – hábito de consumo para outros segmentos. O primeiro deles foi o de chá com a máquina Special T, lançada no ano passado. Agora, chegou a vez das mamadeiras. A máquina funciona de forma parecida às de café expresso, mas sua finalidade é preparar leite.

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Basta colocar uma cápsula de leite em pó no equipamento – batizado de BabyNes – e esperar pela mistura, que será despejada em uma mamadeira. A novidade é comercializada por ora na Suíça (o preço da máquina é US$ 300) e deve chegar ao mercado global a partir de 2012. O novo negócio poderá somar US$ 600 milhões anuais ao caixa da empresa em dois anos, segundo informações da Bloomberg. A aposta da Nestlé no novo modelo de negócio explica-se pelo desempenho do Nespresso em todo o mundo.

Desde 2008, as vendas de equipamentos e cápsulas de café cresceram em média 30% ao ano. Criado em 1986, o Nespresso ficou restrito à Europa durante duas décadas. Brasil e Estados Unidos, por exemplo, ganharam a primeira butique de vendas há cinco anos. A primeira loja no País foi inaugurada nos Jardins, bairro de alta renda de São Paulo. Assim como na Europa, as cápsulas viraram febre entre os consumidores. Hoje, já são dez pontos de venda, mais do que no mercado americano, onde há oito lojas.

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O Nespresso segue a fórmula da lâmina de barbear Gillette. As cápsulas de bebidas só funcionam na máquina da Nestlé. Isso cria um consumidor cativo ao produto. “Além disso, a Nestlé vende os produtos, tirando o varejo da jogada”, diz Maurício Morgado, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Não há ainda previsão de quando a BabyNes será vendida no Brasil. O desafio da Nestlé será convencer os pais. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que recém-nascidos sejam amamentados com leite materno.

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