Os bancos dos países desenvolvidos vão enfrentar um período difícil ao longo dos próximos três anos. A combinaçãao entre a necessidade de sanear as carteiras de crédito, o esperado aumento das taxas de juros na Europa e nos Estados Unidos e, somando-se a isso, um crescente endurecimento da legislação e da fiscalização devem reduzir à metade o retorno dos acionistas. Essa é a avaliação de José Luiz Álvarez, CFO do grupo Santander.
Segundo Álvarez, a nova linha de atuação dos legisladores visa aumentar a resistência do sistema financeiro contra novas turbulências do mercado, sem que seja necessário injetar, de novo, enormes quantidades de dinheiro público para conter os solavancos do crédito e as incertezas do mercado.
Em consequência disso, os resultados dos bancos devem piorar ao longo dos próximos anos. “O dinheiro no mercado internacional está mais escasso e mais caro, por isso os bancos estão pagando mais pelo dinheiro”, diz Álvarez. Segundo ele, nos últimos dois trimestres os resultados dos bancos melhoraram devido principalmente à reduçao das provisões para empréstimos de liquidação duvidosa, e não por estarem emprestando mais.
Esse cenário abre boas oportunidades para os bancos na América Latina, e no Brasil em especial. Segundo Álvarez, esses mercados ainda têm vastas oportunidades de crescimento devido ao potencial de expansão da clientela. “Há muito espaço para aumentar a bancarização nesses países”, afirma. Por isso, o Santander elegeu o Brasil como um de seus mercados preferenciais para investir até 2013, ao lado de outras economias dinâmicas como Polônia e Colômbia. Para compensar, o banco espanhol vem vendendo ativos em países com perspectivas piores, como Itália e Reino Unido.
Fonte: Istoé Dinheiro
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