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terça-feira, 21 de julho de 2009

Taxa de doação de órgãos na cidade de SP é a maior da história

A taxa de doação de órgãos na cidade de São Paulo foi a maior da história no primeiro semestre deste ano, ultrapassando a média histórica dos EUA.

De janeiro a junho, foram registradas 28,3 doações por milhão de habitantes contra um índice de 18,7 verificado no mesmo período de 2008. Em números absolutos, as doações passaram de 103 para 155.

Nos EUA, a taxa média é de 27 doadores por milhão de habitantes. Ela só perde para a da Espanha, país modelo em doação e captação -40 doadores por milhão de habitantes. No Estado de São Paulo, o índice é de 16 e, no Brasil, de 6,8.

Apesar do otimismo nos números, as filas de espera por órgãos ainda são extensas e não há expectativa de redução drástica a curto prazo. Segundo a central estadual de transplantes, entre 60 mil e 70 mil pessoas esperam um órgão.

Os resultados do desempenho de São Paulo constam em balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde, que aponta um crescimento de 63,7% no número de doadores de órgãos no Estado de São Paulo nos primeiros seis meses deste ano -352 doações contra 215 no mesmo período de 2008, segundo a secretaria.

Para o coordenador da Central de Transplantes, Luiz Augusto Pereira, o aumento de doadores se deve, principalmente, a uma maior capacitação dos profissionais de saúde em identificar potenciais doadores de órgãos. "O índice de recusa continua o mesmo, em torno de 30%. O que mudou foi a melhoria da formação de recursos humanos."

Entre as iniciativas, há um novo projeto que aprimorou o trabalho de captação. Médicos que já trabalham em 31 hospitais da rede estadual paulista foram nomeados coordenadores de doação e transplante.

Esses profissionais têm a função de identificar pacientes que possam ser potenciais doadores e acompanhar o processo de realização de exames para viabilizar a doação. Pelo serviço, recebem uma remuneração extra de R$ 4.000 por mês.

Os médicos são indicados pela direção dos hospitais e treinados pela secretaria. Em geral, são intensivistas ou neurologistas, escolhidos por terem bom relacionamento com os demais profissionais e conhecimento das rotinas dentro dos hospitais estaduais.

"Eles realizam visitas diárias a setores como as UTIs e pronto-socorro e verificam a existência de pacientes com suspeita de morte encefálica, monitoram a realização de exames clínicos, conversam com os chefes de equipe", explica Pereira.

A cada notificação de potencial doador feita pelo hospital participante do projeto, uma mensagem é enviada automaticamente ao celular do médico da central de transplantes responsável pelo projeto, que acompanha todo o processo.

Fonte: Folha de S.Paulo

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