O projeto Ônibus Brasileiro à Célula Combustível a Hidrogênio é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma solução mais limpa para o transporte público urbano no Brasil. O primeiro ônibus a hidrogênio brasileiro foi lançado nesta quarta-feira (1º), em São Bernardo do Campo, em São Paulo. O programa é Coordenado nacionalmente pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em conjunto com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP) e financiado com recursos do Global Environmental Facility (GEF) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com o apoio o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Para o ministro de MME, Edison Lobão, o projeto é mais um passo do governo para consolidar a vocação brasileira no uso de fontes renováveis. “Esse projeto é o resultado do enorme trabalho do Ministério de Minas e Energia e dos parceiros. Com o ônibus a hidrogênio estamos desenvolvendo ainda mais a economia do Brasil”, afirmou.
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do MME, José Lima, destaca que o projeto é pioneiro na América Latina e que o objetivo é difundir essa tecnologia. “O sucesso brasileiro com o etanol e com o biodiesel nos credencia a utilizar o hidrogênio a partir de fontes renováveis de energia. Nosso desafio é planejar a estruturação da economia do hidrogênio no Brasil.”
O projeto envolve a aquisição, operação e manutenção de até cinco ônibus com célula a combustível hidrogênio, mais a estação de produção de hidrogênio por eletrólise e abastecimento dos ônibus, além do acompanhamento e verificação do desempenho desses veículos. Desde abril, o primeiro veículo está sendo testado e irá trafegar no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus / Jabaquara), localizado na Grande São Paulo e gerenciado pela EMTU/SP.
Sistema híbrido - O ônibus brasileiro é pioneiro ao utilizar um sistema híbrido, que combina a célula a combustível a hidrogênio e baterias. Essa estratégia permite aumentar a economia de combustível e racionalização da energia gerada. Isso porque é aproveitada a possibilidade de abastecer as baterias com a carga energética produzida pela célula durante os períodos em que o veículo está parado (para embarque/desembarque ou em semáforos, por exemplo), além do aproveitamento da energia de frenagem por regeneração.
As células a combustível utilizadas são de aplicação automotiva, portanto, de menor custo. A potência necessária é obtida com o uso de dois sistemas em paralelo, reduzindo sensivelmente os custos de produção do ônibus. Cada sistema de célula a combustível a hidrogênio usado no ônibus produz 68 kW.
O projeto brasileiro foi escolhido para financiamento pelo PNUD/GEF em função de alguns aspectos importantes, como o fato de o País ser uma economia emergente, na qual os ônibus possuem papel importante no transporte urbano – não à toa, o Brasil é o maior mercado mundial de ônibus e o maior produtor desse tipo de veículo, com 50 mil unidades ao ano. Do lado ambiental, o Brasil possui várias fontes de hidrogênio e já é líder na produção de energia a partir de fontes renováveis, por meio do uso de energia hidrelétrica e etanol.
O desenvolvimento de um sistema de transporte coletivo com emissão zero de poluentes contribuirá para reduzir o impacto ao meio ambiente em grandes centros urbanos, a exemplo de São Paulo, a maior frota de ônibus do mundo. Os veículos motorizados são responsáveis por 90% dos poluentes na atmosfera e a maioria dos ônibus tem motores a diesel, que possuem alta emissão de NO2 e particulados.
Fonte: brasil.gov.br
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