As empresas que querem lançar suas marcas nas mídias sociais devem pensar nessas plataformas como uma via de duas mãos, em que ouvir os consumidores é muito mais importante do que dizer algo a eles. Esse foi o principal conselho de Scott Monty, gerente global de comunicação digital e multimídia da Ford, que foi um dos palestrantes da Campus Party Brasil deste ano.
Monty, que é considerado um visionário no uso de plataformas digitais na divulgação de marcas, conduziu sua palestra tendo como base as ações desenvolvidas frente às mídias sociais da Ford, elaboradas sob conceitos que o executivo julga fundamentais — marca forte, conteúdo envolvente, linguagem do consumidor e um canal aberto para que haja a resposta do público. "Ouvir é mais que uma habilidade, é uma responsabilidade", analisou. "Não é só dizer algo que a marca acha legal. Tem de haver uma estratégia que vá além e possa modificar o conteúdo da campanha em tempo real", completou Monty, afirmando ainda que a marca deve assumir um compromisso com seu público e se mostrar sempre presente.
Para exemplificar as máximas, o profissional mostrou algumas das campanhas da montadora veiculadas em plataformas sociais. Uma delas, a "Fiesta Movement", usada para promover o modelo como lançamento global, convocava os proprietários a dizer o que achavam do automóvel. A ação contabilizou 40 milhões de referências no Twitter e teve um vídeo que totalizou 6,2 milhões de acessos no YouTube. Outro exemplo citado foi a Ford Social, espécie de rede criada pela própria empresa na qual os consumidores compartilham suas histórias com os carros da montadora. O segredo, diz Monty, é que "os consumidores não confiam nas empresas" e sim em "gente que, assim como eles, dirigem carros da Ford". "Pessoas interagem com outras pessoas e personalidades, não com produtos", completou.
O executivo chefia as estratégias digitais a partir do departamento de relações públicas da montadora.
No Brasil, porém, é comum que essas funções fiquem com as equipes de marketing. Para ele, o trabalho integrado dos profissionais de ambas as áreas potencializa as campanhas sociais. "Os relações públicas são ótimos para ouvir e interagir, enquanto o marketing tem uma grande capacidade criativa. A fórmula ideal é unir o que há melhor de engajamento com o cliente com as melhores ideias de propaganda", avaliou.
A Ford é a primeira montadora a apoiar a Campus Party, que chegou à sua sexta edição no Brasil. De acordo com o executivo, o patrocínio, assim como a presença da empresa em outros eventos de inovação tecnológica no mundo, mostra o compromisso com essa comunidade. "A Campus Party é impressionante, me surpreendeu. Esse é o futuro e a Ford está se envolvendo com ele", finalizou.
Ações
As patrocinadoras aproveitaram a multidão de campuseiros — como são chamados os participantes do evento — para divulgar suas marcas vinculando-as ao maior atrativo da Campus Party: a tecnologia. A Telefônica Vivo, principal patrocinadora do evento, montou o espaço Keep Geeking, cuja ideia era manter o público em contato com a tecnologia mesmo entre um encontro e outro. Para carregar o celular, era preciso pedalar nas ecobikes e gerar energia. Já os gamers podiam se arriscar em um campeonato de jogos de corrida e concorrer a smartphones e prêmios em dinheiro. Em parceria com a plataforma YouPix, a operadora também desenvolveu o Cubo de Conteúdo, espaço em que ocorreram debates entre convidados e personalidades do mundo geek.
A Petrobras também apostou nos bate-papos e, junto do portal Jovem Nerd, levou executivos da companhia para discutir tecnologia no espaço NerdLab. Já o Submarino explorou o universo dos games promovendo torneios de vários tipos de jogos, bem como atividades para programadores cujos prêmios eram vale-presentes.
Fonte: Propmark
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