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domingo, 31 de outubro de 2010

Caçadores de tendências: eles estão de olho em você

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Já ouviu falar em caçador de tendência? É um profissional em geral jovem, de 20 a 35 anos, com fôlego para circular pelas ruas, cinemas, shows e exposições da cidade registrando tudo, até a roupa que você está usando. Com olhos atentos, máquinas fotográficas e notebooks, ele capta comportamentos, estilos, novos talentos, ídolos emergentes e desejos de consumo. Informações preciosas para as indústrias de moda e design.

De mochila nas costas, minissaia e blusa descolada, estampada com a cara do guitarrista Keith Richards, a carioca Carolina Althaller, de 22 anos, é uma caçadora de tendência. Quando vai a um show, tira centenas de fotos do público, para não perder nenhum detalhe do visual, da atitude e do ambiente.

"Já fui a festivais de música onde tirei cerca de 3 mil fotos", conta. Carolina trabalha para a WGSN, portal que reúne 200 caçadores espalhados em todo o mundo e tem 36 mil usuários cadastrados. "Duas vezes por ano, a equipe se reúne em Londres, sede da empresa, para estabelecer as macrotendências do próximo ano."

Na quinta-feira, ela foi ao Video Music Brasil (VMB), premiação de música da MTV que consagrou os emos coloridos da banda Restart. Sucesso entre as adolescentes, a banda entrou nos registros de Carolina, assim como outros músicos e convidados.

"Desde que surgiu a internet, o olhar que se baseava nas referências dos desfiles da moda mudou para a realidade das ruas", diz o paulistano Jorge Grimberg, de 28 anos, o caçador de tendência do portal inglês Stylus.com. "Registramos como as pessoas enxergam a moda e isso quer dizer o carro, os amigos, os lugares que frequentam." Grimberg viaja pelo mundo bisbilhotando o estilo de vida alheio. Só neste ano passou por Israel, Paris, Los Angeles e Nova York.

"Da última vez em que fui a Nova York, percebi que os homens estavam usando uma calça que tinha uma marca no bolso do quadril, como se a carteira e o celular fossem sempre carregados ali", conta o caçador. "Mas a calça era nova." Ele começou a perguntar na rua de onde era calça. A iniciativa não foi bem recebida. Ele voltou com a foto do modelo, mas sem saber a origem da peça. "Às vezes, isso acontece", explica. "Mas são pequenas decisões que definem o estilo."

Fast fashion. As informações coletadas pelos caçadores têm destino certo: empresários ávidos por novidades da moda. Hoje as marcas que fazem sucesso são as que integram o movimento da fast fashion - elas colocam peças novas nas lojas semanalmente, não apenas nas trocas das estações que marcam os grandes desfiles (leia mais na entrevista abaixo). É o caso da Farm, da Emme e da 284, grifes jovens que caíram na preferência das paulistanas."Se você entra num portal como o da WGSN e navega meia hora, fica desnorteado de tanta informação", diz Dipa di Pietro, diretor de branding da Emme. E, para saber o que aproveitar dessa varredura pelo mundo - o acesso é pago: US$ 15 mil por duas senhas durante um ano -, as empresas também costumam ter seu time de caçadoras para desvendar o universo das consumidoras.

Casada com um DJ, mãe de João, de 5 anos, Kim Hamence, de 28, é uma das caçadoras da 284. Além de passar horas navegando pela internet e pesquisar em revistas e livros, uma de suas funções é frequentar festas, restaurantes e bares descolados. Hoje ela embarca para Nova York com uma lista de endereços - alguns enviados pelas próprias clientes - de lojas e bares que acabaram de abrir.

A empresa de calçados Arezzo tem uma equipe de caçadores de talentos nas principais capitais do mundo onde montou escritórios de estilo. "Temos de desenvolver uma coleção multicultural", explica Anderson Birman. "Hoje colocamos cinco peças novas a cada dia nas lojas. São dez coleções por ano."

Macrotendências

Menos é mais

Depois de uma década de consumo excessivo, a tendência de consumo já para 2012, segundo o stylus.com, é abraçar marcas e designs que tenham funcionalidade e qualidade atemporal.

Novo tempo

Buscar o controle da vida e reconstruir o mundo em cima de outros eixos também está em alta. Seria um desdobramento da sustentabilidade. Valorização de produtos locais e da criatividade individual.

Fonte: designbrasil.org.br

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