Temos discutido e estudado afirmação de identidade e seus reflexos no consumo há algum tempo. Esse é um movimento crescente, que, provavelmente, é reflexo opositor do movimento de globalização. Sendo assim, quanto mais globalizado, regionalizado, customizado, individualizado.
Temos visto o varejo e as marcas usando esse argumento há algum tempo, desde o Bompreço trabalhando o orgulho de ser nordestino, até o Zona Sul afirmando sua “carioquice”, e os supermercados no Rio grande do Sul dizendo, na gôndola, quais produtos são regionais.
Entretanto, ainda consigo me surpreender com alguns movimentos nesse sentido. Uma das surpresas dessa viagem foi ver a rede de supermercados alemã Lidl (que também está presente em outros 25 países europeus, como por exemplo, Inglaterra e França, onde andei fotografando mês passado), e perceber que, além da tradicional comunicação da procedência das carnes, pois esse é um movimento que começou muito forte na época da “vaca-louca”, agora esse movimento permeia quase todos os produtos perecíveis. E, mais que isso, dão destaque a essa comunicação. Podemos perceber isso, por exemplo, na comunicação da seção de carnes do Lidl, que é muito bem desenvolvida para assegurar a procedência desses produtos, mesmo quando eles são britânicos (e cá entre nós, lá que surgiu a “vaca-louca”, fato interessante que demonstra que os ingleses acreditam na recuperação de sua carne, no controle do Estado, e na qualidade de seus produtos).Essa semana iremos discutir um pouco estas questões de apropriação nas estratégias de marketing das tendências de consumo regional, e perceber que uma rede internacional de varejo faz na Inglaterra diferente da França, países vizinhos, que, no entanto possuem valores diferentes que se refletem no consumo. Hoje estamos falando da importância do produto regional para o britânico, e em breve falaremos da importância do orgânico e do bio natural, por exemplo, na França.
É gritante a diferença dessa tendência entre os dois países. Não que o francês não valorize os produtos de seu país, muito pelo contrário, mas o movimento do consumo natural é tão maior na França que na Inglaterra, que veremos todas as redes de varejo na França trabalhando com esse conceito muito mais fortemente. E também perceberemos que o mesmo Lidl francês, dá muito mais importância na França a esse tipo de valor, do que o valor nacionalista, sem, no entanto, ignorá-lo. O brasileiro não chega a esse tanto, mas é uma boa reflexão para as empresas desse crescente movimento nacionalista, do orgulho de encontrar nossos produtos fora do Brasil, assim como detectar qualidade nos produtos nacionais.
Sendo assim, o “made in Brazil” certamente ganha força com nossos consumidores. Vamos valorizar o que é nosso, nós merecemos!
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